Maternidade do HU 'fecha as portas' alegando superlotação

A saúde pública em Alagoas pede socorro. E um dos sinais mais evidentes disso é a situação do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, o HU, no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió. Na manhã desta segunda-feira (18), a direção do HU decidiu fechar a maternidade do lugar, alegando superlotação de grávidas. Com isso, nenhuma paciente gestante está sendo recebida.

Por T

 

A reportagem do Tribuna Hoje foi ao local na tarde desta segunda-feira e constatou a situação. São 12 leitos, porém no local há 33 gestantes. Boa parte das pacientes está espalhada pelo corredor da maternidade esperando atendimento. A maternidade não está recebendo mais gestante para triagens, só casos de alto risco. O setor de pré-parto do HU é formado por dois leitos e funciona como apoio para que as gestantes aguardem o momento de dar à luz.

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Universitário, a situação de superlotação que já era registrada desde a transferência dos leitos da Maternidade Santa Mônica para o local, piorou nesse fim de semana e se tornou precária nesta segunda

A doutora Valtenice Veloso, obstetra do local, falou à reportagem do TH e questiona o porquê de tantas gestantes virem do interior para ter o parto no HU. A obstetra relaciona a superlotação à falta de médicos especialistas nos hospitais do interior de Alagoas. “Mesmo sem ser uma gestação de risco, os médicos do interior mandam [as gestantes] pra gente. Se tivessem um obstetra e um pediatra em cada hospital, fariam o parto normal lá mesmo. Para onde está indo o recurso da Rede Cegonha? Precisa haver uma investigação policial aí", afirmou a doutora.

Ainda segundo a assessoria do hospital, a Central de Regulação de Serviços de Saúde (Cora) de Maceió já foi informada da situação para suspender as marcações dos partos no local.