Até infecção dentária pode causar parto prematuro; veja outras razões
Segundo o estudo “Prematuridade e suas Possíveis Causas”, realizado por 12 universidades brasileiras com o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do Ministério da Saúde, em agosto deste ano, a taxa de bebês nascidos prematuros no Brasil está em 11,8%. O número coloca o país na décima posição das nações em que mais nascem crianças abaixo de 37 semanas de gestação.
Em 1997, 5,3% do total de bebês nascidos no Brasil eram prematuros. Em 2006, essa porcentagem subiu para 6,7%. E, segundo dados do Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), divulgados pelo Ministério da Saúde. Em 2011, 10,2% dos bebês vieram ao mundo antes do fim do período gestacional considerado ideal. O que mostra um crescimento gradativo do índice.
Entre as infecções maternas, a mais comum é a urinária, seguida da provocada pela bactéria estreptococo. “Mas até mesmo uma infecção dentária, se não for tratada adequadamente, pode adiantar o parto”, diz Daniela. Estresse materno, desidratação, febre e outras doenças da mãe, como diabetes e hipertensão arterial, também podem fazer com que o bebê nasça antes do tempo.
A cesárea e a prematuridade
O estudo “Prematuridade e suas Possíveis Causas” sugeriu uma relação entre o aumento do número de cesarianas
No entanto, para a médica neonatologista Suely Dornellas, coordenadora da UTI neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, a cesárea só é um problema quando é programada sem respeitar o tempo mínimo de gravidez. “Em muitos casos, a cesárea salva a vida do bebê, quando a mãe sofre de alguma patologia. O problema é a cesariana marcada, que não aguarda os primeiros sinais de trabalho de parto. Nesse caso, o bebê pode não estar completamente adaptado para nascer.”
Os riscos para crianças que nascem antes de completar 37 semanas são muitos. “Os prematuros tardios, que possuem de 34 a 36 semanas, podem apresentar dificuldades respiratórias, por não terem atingido a idade de absorver completamente o líquido do pulmão”, afirma Suely.
Já os prematuros extremos, aqueles com 30 semanas ou menos, além do problema respiratório, podem também sofrer de disfunção intestinal, hemorragia intracraniana, deficiência auditiva e retinopatia, quando os vasos sanguíneos da retina não se desenvolvem corretamente, levando à perda da visão.
Como prevenir
Os fatores de risco que levam à prematuridade podem ser identificados precocemente com a realização de um pré-natal adequado. “No primeiro trimestre da gravidez, é possível detectar se a gestante tem incompetência istmo-cervical, por exemplo, por meio do ultrassom intravaginal”, declara a ginecologista e obstetra Daniela Maeyama.