Teste do coraçãozinho pode detectar se bebê tem doença cardíaca grave

Um aparelho mede a coloração do sangue e o resultado é normal quando fica acima de 95%. O exame é rápido, feito 24 horas após o nascimento.

 

Por Bom dia Brasil -  Globo.com

 

 

Mais de 20 mil crianças nascem todo ano com problemas no coração, e o que pouca gente sabe é que já é possível fazer um diagnóstico nos primeiros minutos de vida. O teste é simples, mas infelizmente não está disponível para todo mundo ainda. Ele é oferecido de graça em algumas maternidades em todo o país.

Todo mundo conhece o teste do pezinho, mas também existe o teste do coraçãozinho. É um exame rápido, feito 24 horas após o nascimento. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor para a criança, dizem os médicos.

Segurança para a mãe e para o filho. Um exame que pode ser feito 24 horas depois do parto, ainda no hospital, aponta se está tudo bem com o coração do recém-nascido.

O teste do coraçãozinho é simples e rápido. Dura no máximo cinco minutos e pode detectar se o bebê nasceu com alguma doença cardíaca grave e, se for o caso, encaminhá-lo para tratamento o mais rapidamente possível.

Uma pulseirinha eletrônica é colocada na mão e depois no pé do bebê. Os dados são enviados para um aparelho que mede a coloração do sangue. Se o resultado ficar acima de 95%, não há problemas e o bebê tem alta.

“Tudo certo. Alívio, tranquila. Só curtir agora em casa”, diz Gislene Cristiana, demonstradora.

O teste já pode ser feito de graça na rede pública em algumas capitais como São Paulo  e Rio de Janeiro. Em Brasília, nove dos 12 hospitais públicos também oferecem o serviço.

“Todo bebê que nasce, antes de receber alta faz esse teste. Nós sabemos que, em média, de uma a duas crianças em cada mil nascimentos vão apresentar uma cardiopatia dessas graves. E essas crianças vão ser beneficiadas”, declara Martha Vieira, coordenadora, neonatologista da Secretaria de Saúde – DF.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a realização do exame. “Várias doenças cardíacas na infância se manifestam de forma muito silenciosa nos primeiros dias. A equipe médica pode não detectar nenhum sinal, o bebê pode ir para casa aparentemente bem e após, no final da primeira semana, nos primeiros 15 dias de vida, essa criança manifesta quadro clínico muito grave. Infelizmente nessas situações o tratamento da doença já pode ser tardio e alguns bebês falecem sem conseguir um tratamento adequado”, diz Jorge Afiune, cardiologista pediátrico da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Quando o teste aponta uma doença, o bebê precisa fazer outro exame, o ecocardiograma, que vai identificar o tipo de problema e qual a gravidade.