Fertilização in vitro: porque geralmente nascem gêmeos ou trigêmeos?

Não há quem resista aos encantos  de um bebê. E quando são gêmeos ou trigêmeos, o fascínio se multiplica. Além de esbanjarem fofura, os filhos múltiplos são desejados por muitas mulheres, seja pelo desejo de ter dois ou mais bebês ao mesmo tempo ou por quererem engravidar uma única vez.


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A gestação múltipla ou gemelar pode ocorrer por fatores genéticos hereditários ou por meio das técnicas de reprodução assistida, entre elas, a Fertilização In Vitro (FIV), conhecida popularmente como o método do bebê de proveta. Segundo a ginecologista especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dra. Paula Bortolai, este tratamento pode ser a solução para casais que não conseguem gerar filhos de forma natural, com chances em torno de 25% de uma gravidez de gêmeos. “De cada quatro gestações com FIV, uma é múltipla. Com a fertilização natural, a probabilidade é de 1%”, explica.
 

A especialista acrescenta que a gravidez de múltiplos, durante os tratamentos de FIV, sempre foram mais frequentes porque os médicos tinham por hábito implantar mais de um embrião durante o procedimento. No entanto, as novas normas médicas do Conselho Federal de Medicina (CFM) tendem a reverter esta estatística, pois determinam a quantidade de óvulos fecundados - embriões que uma mulher poderá receber no tratamento. “Antigamente, transferia-se até quatro embriões para o útero da futura mamãe, mesmo as mais jovens. Hoje, mulheres de até 35 anos podem receber, no máximo, dois embriões. Quando a faixa etária é de 36 a 40 anos, poderá receber até três embriões. No caso de mulheres que têm mais de 40 anos, o número máximo de células transferidas sobe para quatro”, esclarece Dra. Paula. A tendência mundial é que cada vez mais se opte por transferir apenas um embrião de maior qualidade

 

Apesar de todos os encantos de uma gravidez gemelar, é importante que o casal esteja preparado para maiores cuidados, uma vez que a gestação de múltiplos pode trazer consigo certos riscos. “De maneira geral, cada feto a mais no útero corresponde, no geral, um mês a menos de gravidez. Ou seja, os gêmeos podem nascer ao redor de 36 semanas ou perto de 2,5 kg. No caso de trigêmeos, a partir da 32ª semana ou quase nos 2,0 kg, já é preciso estar com as malas prontas, pois os bebês podem chegar a qualquer momento”, ressalta a médica.

Em qualquer gestação múltipla a prematuridade pode ser um fator com consequências para os bebês. Pode ocorrer também um fator predisponente para doenças na fase adulta como diabetes, hipertensão, entre outras. Além disso, existe o risco de rotura prematura de membranas (a bolsa das águas), hipertensão e diabetes gestacional. O tempo de internação para a mãe dos bebês é mais prolongado com necessidade de retaguarda de UTI neonatal.

Para que a gestação múltipla possa prosseguir sem maiores problemas é indispensável que a mãe siga todas as instruções do seu médico, realize o pré-natal detalhado, faça um acompanhamento nutricional e tenha repouso nos últimos meses da gestação. “A futura mamãe de múltiplos terá muito mais consultas do que uma gravidez de apenas um feto. Além disso, é importante que fique atenta ao peso, que se alimente adequadamente, e que não consuma grandes quantidades de sal ou comidas ricas em açúcar, que possam elevar o colesterol. E claro, sempre informe ao seu médico o que está sentido”, orienta Dra. Paula.

 

IDÊNTICOS OU FRATERNOS?
Os gêmeos idênticos ou univitelinos partilham o sexo e as características físicas, mas não as impressões digitais. Esta gravidez acontece quando o óvulo é fecundado por um único espermatozóide, que divide-se completamente em dois. Os bebês são formados na mesma placenta e podem ou não partilhar o saco amniótico.

No caso dos gêmeos fraternos ou bivitelinos, existem dois óvulos, que podem ou não ser fecundados na mesma ocasião. Isso significa que os bebês podem ter ou não o mesmo sexo e serem muito, pouco ou nada parecidos. Cada um dos fetos tem a sua placenta e a sua bolsa amniótica.