Balão Intragástrico E Gravidez: Saiba Quais São As Recomendações

O número de pessoas acima do peso vem crescendo a cada dia, atingindo proporções epidêmicas. Segundo pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS), as estatísticas revelam que mais de 115 milhões de pessoas sofrem de problemas relacionados com a obesidade nos países em desenvolvimento. No Brasil a situação é bem semelhante. Cerca de 50% da população está acima do peso acarretando, com isso, o aumento de doenças relacionadas à obesidade no país.
 
Muitas vezes o desejo de ser mãe precisa ser adiado por causa da obesidade, pois o excesso de peso aumenta o risco de complicações na gravidez, como o diabetes gestacional, e até afeta a fertilidade. Nesse caso, uma das opções tem sido recorrer ao balão intragástrico, um método endoscópico temporário de perda de peso. A técnica consiste na introdução de um balão inflável de silicone dentro do estômago por via endoscópica, associado a uma leve sedação, com a finalidade de reduzir a capacidade do estômago e a ingestão de alimentos. 
 
O médico endoscopista do HC-FMUSP Sérgio Barrichello, especialista em emagrecimento da Clinica Healthme - Gerenciamento de Perda de Peso, garante que se trata de um procedimento simples, realizado em regime ambulatorial e não é necessário internação. O tempo de permanência máxima do BIG é de seis meses e a sua retirada também é realizada através de endoscopia.
 
“A maioria das mulheres que opta pelo balão intragástrico ainda está em idade fértil, aumentando a expectativa de conseguir engravidar após o balão. Em alguns casos, o procedimento pode representar o primeiro passo para uma gestação sem riscos, desde que a paciente siga todas as recomendações médicas”, diz. 
 
Uma dessas recomendações é evitar a gravidez. O uso do balão é contraindicado em pacientes gestantes ou em aleitamento. Se ocorrer a gravidez durante o seu uso, é recomendada a sua retirada. A melhor maneira é reforçar os métodos contraceptivos durante o período de uso do balão. “Mas, caso a paciente engravide, não é recomendável a retirada do balão antes da 12ª semana de gestação em razão da retirada ser realizada com as drogas utilizadas para anestesia”, diz Barrichello. 
 
Menos quilos, Menos riscos
 
A gravidez de uma mulher que já se submeteu à terapia do balão intragástrico é considerada mais segura e com menos riscos do que a de uma paciente obesa. Após o emagrecimento o risco de doenças como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, entre outras, é acentuadamente reduzido.
 
Muitas mulheres que procuram o procedimento apresentam dificuldade em engravidar, pois a obesidade causa uma sobrecarga hormonal causando uma infertilidade relativa.  Com o implante do BIG, ocorre uma redução de peso, os ciclos menstruais voltam a ficar normalizados e a ovulação acontece.  
 
Além disso, com a perda de peso, a mulher pode proporcionar condições necessárias para a concepção e a gestação, além de conseguir aproveitar a maternidade de forma mais saudável. “É importante que a gestação após a retirada do balão seja programada e assistida pelo médico obstetra e pelo nutricionista, para que o ganho de peso durante a gestação seja consciente e apenas o necessário para o bem estar da mãe e do bebê”, destaca Sérgio.
 
Fonte: Dr. Sérgio Barrichello, médico endoscopista do HCFMUSP e especialista em emagrecimento da Clinica Healthme - Gerenciamento de Perda de Peso.