Alimentação Saudável-Passo 10 - Guia alimentar para crianças menores de dois anos

Passo 10

Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

Por https://bvsms.saude.gov.br

A criança doente precisa comer mais para não perder peso e recuperar-se mais rápido. Por isso, é importante manter a amamentação e oferecer os alimentos saudáveis de sua preferência.

Revendo seus conhecimentos:

• A criança com infecção ingere menos alimentos pela falta de apetite, porque está vomitando ou porque sente cólicas e gasta mais energia devido à febre e ao aumento da produção de alguns hormônios e anticorpos.

• Há aumento no catabolismo de proteínas com perdas significativas de nitrogênio pela via urinária e, nos casos de diarréia, de perdas gastrintestinais de energia e micronutrientes.

• Episódios frequentes de infecção podem levar ao atraso no desenvolvimento e a certas deficiências nutricionais (vitamina A, zinco e ferro).

• Esses fatores aumentam a vulnerabilidade da criança a novos episódios de infecção, formando um ciclo vicioso, que vai comprometer o seu estado nutricional.

• O aleitamento materno é a melhor e mais eficiente recomendação dietética para a saúde da criança pequena. O leite materno protege contra as infecções e contribui para que elas sejam menos graves, fornecendo agentes imunológicos eficazes e micronutrientes que sãomelhor absorvidos e aproveitados.

• A prioridade dietética para a criança doente é a manutenção da ingestão adequada de calorias, utilizando alimentos complementares pastosos ou em forma de papas com alta densidade energética.

• Uma boa prática para aumentar o teor energético diário da alimentação de crianças que apresentarem baixo peso para a estatura é acrescentar, às refeições salgadas, uma colher das de sobremesa de óleo para crianças menores de um ano e uma colher das de sopa para maiores de um ano.

• Logo que a criança recupere o apetite pode-se orientar à mãe oferecer mais uma refeição extra ao dia, pois no período de convalescença o apetite da criança aumenta para compensar a inapetência da fase aguda da doença.

Se a criança estiver sendo amamentada exclusivamente no peito, pode-se aumentar a frequência das mamadas. O leite materno é, em geral, o alimento que a criança doente aceita melhor. Muitas vezes a criança doente cansa-se mais e precisa mamar mais vezes.

• Estimular a criança a sugar o peito, mexendo em seu rosto quando ela estiver abocanhada à mama sem sugar.

• Entre os alimentos saudáveis, deve-se oferecer para a criança os de sua maior preferência, em quantidades pequenas e com maior frequência. A criança pode ter o apetite diminuído quando está doente.

• Se a criança já estiver recebendo a alimentação da família, utilizar as preparações em forma de purê ou papas nas refeições, que são de mais fácil aceitação pela criança.

• Se a criança aceitar bem apenas um tipo de preparação saudável, mantê-la até que a criança se recupere.

• Nos casos das crianças febris e/ou com diarreia, a oferta de líquidos e água deve ser aumentada. Esses líquidos devem ser oferecidos no intervalo das refeições e, de preferência, em xícaras ou copos. O uso de mamadeira aumenta o risco de infecções e diarreia.

Recomendações às famílias de crianças pequenas com dificuldades de alimentar-se:

• Separar a refeição em um prato individual para ter certeza do quanto a criança está realmente ingerindo;

• Estar presente junto às refeições mesmo que a criança já coma sozinha e ajudá-la se necessário;

• Não apressar a criança. Ela pode comer um pouco, brincar e comer novamente. É necessário ter paciência e bom humor;

• Alimentar a criança tão logo ela demonstre fome. Se a criança esperar muito ela pode perder o apetite;

• Não forçar a criança a comer. Isso aumenta o estresse e diminui ainda mais o apetite. As refeições devem ser momentos tranquilos e felizes.