Alimentação Saudável-Passo 1 - Guia alimentar para crianças menores de dois anos
Os primeiros anos de vida de uma criança, especialmente os dois primeiros,
são caracterizados por crescimento acelerado e enormes aquisições no
processo de desenvolvimento, incluindo habilidades para receber, mastigar
e digerir outros alimentos, além do leite materno, e no autocontrole do
processo de ingestão de alimentos, para atingir o padrão alimentar cultural
do adulto.
Por https://bvsms.saude.gov.br
Essas considerações podem ser confirmadas quando observamos que uma
criança cresce, em média, 25 cm no primeiro ano de vida e 12 cm no
segundo ano, passando, a partir dos 3 anos, a crescer de 5 a 7 cm por ano.
Associado a esse crescimento físico, a criança vai adquirindo capacidades
psicomotoras e neurológicas que podem ser observadas a cada mês. Esse
processo é rápido, de modo que, dos 4 aos 5 meses de idade já sustenta
a cabeça e com 6 meses é capaz de sentar sem apoio. Assim, torna-se
inquestionável a importância da alimentação da criança nessa fase, uma
vez que deficiências nutricionais ou condutas inadequadas quanto à prática
alimentar podem, não só levar a prejuízos imediatos na saúde da criança,
elevando a morbi-mortalidade infantil, como também deixar sequelas
futuras como retardo de crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de
doenças crônicas não transmissíveis.
Passo 1
Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.
• Que o leite dos primeiros dias pós-parto, chamado de colostro, é produzido
em pequena quantidade e é o leite ideal nos primeiros dias de vida, inclusive
para bebês prematuros, pelo seu alto teor de proteínas.
• Que o leite materno contém tudo o que o bebê necessita até o 6º mês de
vida, inclusive água. Assim, a oferta de chás, sucos e água é desnecessária e pode
prejudicar a sucção do bebê, fazendo com que ele mame menos leite materno,
pois o volume desses líquidos irá substituí-lo. Água, chá e suco representam
um meio de contaminação que pode aumentar o risco de doenças. A oferta
desses líquidos em chuquinhas ou mamadeiras faz com que o bebê engula mais
ar (aerofagia) propiciando desconforto abdominal pela formação de gases, e
consequentemente, cólicas no bebê. Além disso, pode-se instalar a confusão de
bicos, dificultando a pega correta da mama e aumentar os riscos de problemas
ortodônticos e fonoaudiológicos;
A pega errada vai prejudicar o esvaziamento total da mama, impedindo que o
bebê mame o leite posterior (leite do final da mamada) que é rico em gordura,
interferindo na saciedade e encurtando os intervalos entre as mamadas. Assim,
a mãe pode pensar que seu leite é insuficiente e fraco.
• Se as mamas não são esvaziadas de modo adequado ficam ingurgitadas, o
que pode diminuir a produção de leite. Isso ocorre devido ao aumento da
concentração de substâncias inibidoras da produção de leite.
• Em média a produção de leite é de um litro por dia, assim é necessário que
a mãe reponha em seu organismo a água utilizada no processo de lactação. É
importante que a mãe tome mais água (filtrada e fervida) e evite a ingestão de
líquidos com calorias como refrigerantes e refrescos.
• As mulheres que precisam se ausentar por determinados períodos, por
exemplo, para o trabalho ou lazer, devem ser incentivadas a realizar a ordenha
do leite materno e armazená-lo em frasco de vidro, com tampa plástica de
rosca, lavado e fervido. Na geladeira, pode ser estocado por 12 horas e no
congelador ou freezer por no máximo 15 dias. O leite materno deve ser
descongelado e aquecido em banho maria e pode ser oferecido ao bebê em
copo ou xícara, pequenos. O leite materno não pode ser descongelado em
microondas e não deve ser fervido.