A Placenta

O que é? Para que serve?

Por https://www.paisefilhos.pt e Portal de Ginecologia

A placenta funciona como um filtro entre o sangue materno e o sangue fetal, possuindo circulação materna de um dos lados e circulação fetal do outro, separadas por uma barreira membranosa. Quando o sangue fetal atravessa o cordão umbilical e percorre a placenta, recebem nutrientes e oxigênio do sangue materno e liberta dióxido de carbono e produtos de degradação fetal (ureia, creatinina, ácido úrico) para a circulação materna, regressando ao feto para novamente o alimentar, oxigenar e purificar. Algumas substâncias, como os lípidos, não chegam sequer ao feto, uma vez que o fígado deste não tem capacidade metabólica durante a maior parte da gravidez. Os lípidos são, então, armazenados na placenta até às últimas 10 semanas da gestação, altura em que o fígado fetal começa a funcionar, sendo, a partir daí, lentamente libertados para a circulação fetal.

TRÊS EM UM
É por estas e por outras razões que se considera a placenta um órgão extremamente complexo, pois desempenha para o feto múltiplas funções, que no adulto implicam a existência de pulmões, rins e fígado (e é a isto que se pode chamar 3 em 1!).

Este filtro, apesar de permeável à maioria das substâncias, tem alguma capacidade seletiva, não permitindo a passagem de insulina, heparina e dióxido de carbono, substâncias nocivas para o feto. Também para algumas infecções como a toxoplasmose, a infecção a citomegalovírus e mesmo a provocada pelo HIV, a placenta exibe notáveis funções protetoras, reduzindo, de forma significativa a transmissão vertical (a que acontece entre mãe e filho). Infelizmente, o álcool e as drogas passam da circulação materna para a fetal. O tabaco também afeta o desenvolvimento fetal, não só por comprometer a normal oxigenação fetal, como por aumentar a incidência de abortos do segundo trimestre e de descolamento prematuro da placenta (ver à frente), entre outras complicações graves da gravidez. Os medicamentos também atravessam a barreira placentar, daí a razão pela qual muitos estão contraindicados.

Independentemente da sua apresentação: anterior - quando está perto do umbigo,  posterior - quando está perto da coluna vertebral, não interfere no parto. Contudo, se a placenta está na parte baixa do útero – placenta prévia - o médico pode decidir realizar uma cesariana programada e não esperar por um parto natural...

 


O que é Grau Placentário?!

A placenta, conforme evolui a gestação, apresenta uma crescente deposição de cálcio. Em 1979, através de um estudo de imagens de ultrassonografia, Grannum percebeu que era possível classificar a placenta em sua maturidade, observando-se os depósitos de cálcio vistos durante as Ultrassonografias. A classificação, então, foi padronizada em 4 graus de maturidade diferentes: grau 0, 1, 2 e 3. 

Placenta Grau 0: Não há sinais de calcificação, apresentando uma textura homogênea. É a placenta observada durante o primeiro trimestre da gestação. 

Placenta Grau I: Apresenta calcificações esparsas e uma textura ondulada, pode ser vista desde o segundo trimestre da gestação. 

Placenta Grau II: Apresenta uma calcificação já bastante acentuada, principalmente na parte que fica ligada ao útero. Este grau de maturidade placentária não costuma ser visto antes da 30.ª semana da gestação, e é a mais frequente no momento do parto. 

Placenta Grau III: Em aproximadamente 40% dos casos, uma Placenta Grau III pode ser vista a partir da 35.ª semana da gestação, e sua característica é a calcificação generalizada, sendo vista numa ultrassonografia sob o formato de um anel. 

O grau de maturidade da placenta pode variar um pouco. O importante mesmo é a relação entre calcificação placentária e o desenvolvimento fetal. Por exemplo, quando se apresenta uma Placenta Grau II antes da 32.ª semana ou uma Grau III antes da 34.ª semana da gestação pode ser preocupante.